Unidade fabril foi leiloada este mês
A fábrica cimenteira Itaguassu Agro Industrial, paralisada desde 2015, foi arrematada em leilão realizado na última semana pela Justiça do Trabalho em Sergipe. A aquisição foi feita pela IRO Indústria de Reciclagem e Comércio de Materiais de Construção LTDA, por mais de R$ 316 milhões.
A unidade iniciou suas atividades em 1995, e operou por 20 anos, sendo desativada com uma série de dívidas trabalhistas e fiscais. Com a arrematação através de leilão realizado pela Justiça do Trabalho, o Governo do Estado, por meio da Secretaria do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec), tomou a iniciativa de manter contato com a IRO Industrial, pertencente ao grupo Polimix. O grupo, inclusive, já possui uma unidade cimenteira em Sergipe, a Mizu Cimentos Especiais, instalada no município de Pacatuba.
“Já estamos buscando um contato com a empresa para entender quais são os objetivos de utilização do imóvel, instalações e direitos minerários, apresentando as potencialidades de Sergipe e oferecendo o apoio do Estado para tornar a unidade produtiva o quanto antes”, explica o superintendente executivo da Sedetec, Marcelo Menezes.
Retomada
Ao longo dos últimos anos algumas empresas tiveram atividades paralisadas em Sergipe e com o apoio do Estado retomaram a produção, voltando a desenvolver suas atividades em plena capacidade. A Fábrica de Fertilizantes de Sergipe (FAFEN), hibernada pela Petrobras e reativada pelo grupo Unigel, é o maior exemplo disso.
Desde a hibernação da unidade, em 2019, até sua reativação, em 2021, a Sedetec esteve próxima em todas as tratativas. Foram realizadas reuniões com a Petrobras e com o Governo Federal a fim de direcionar e agilizar o processo que culminou no arrendamento da planta pela Unigel. Atualmente, a Unigel é a maior fabricante de fertilizantes nitrogenados do Brasil e a unidade sergipana conta com a capacidade de produção de 650 mil toneladas de ureia, 450 mil toneladas de amônia. Recentemente, a planta teve sua produção interrompida para manutenção de equipamentos, mas o processo está sendo regularizado e nos próximos dias voltará a produção em sua plenitude.
Ainda no projeto de retomada, em abril de 2022, o Grupo Unigel e o Governo de Sergipe assinaram um protocolo de intenções voltado à retomada da produção da planta de sulfato de amônio localizada na Unigel Agro SE, com previsão para o primeiro semestre de 2023. A unidade de sulfato de amônio encontra-se hibernada desde julho de 2017. Sua capacidade de produção é da ordem de 300 mil toneladas por ano. Para reativar a planta, estima-se um investimento em torno de R$ 30 milhões.
Outro exemplo de como a atuação do Governo do Estado, por meio da Sedetec, tem sido decisiva para a atração de empresas e reativação de empreendimentos localizados em Sergipe é o processo de venda do Polo Carmópolis, por parte da Petrobras, a Carmo Energy. O processo foi aprovado pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) em dezembro de 2021, e desde então gestores da Sedetec mantém diálogo aberto com dirigentes da Carmo Energy.
Vale lembrar também a trajetória da Vidroporto em Sergipe. A empresa chegou ao estado em 2019, após a aquisição da Indústria Vidreira do Nordeste (IVN), localizada em Estância, e reativou a empresa após um longo período paralisada. Atualmente, com apoio do Governo do Estado, a indústria mantém três linhas de produção ativas e mais de 260 empregos diretos.
A lista de empreendimentos que tiveram sua retomada iniciada nos últimos anos em solo sergipano só aumenta. A Cerâmica Capri LTDA, que assina a marca Ravello Pisos e Revestimentos, é mais um exemplo. Em outubro de 2021 a empresa iniciou as vendas de cerâmicas produzidas na antiga planta da Escurial, que estava paralisada desde maio de 2018. A reativação da planta empregou em torno de 90 colaboradores diretos, além de 150 indiretos, número que deve aumentar após a entrada em funcionamento de uma terceira linha de produção.
Mais recentemente, a Sabe Alimentos, outra empresa que também havia paralisado a produção, anunciou a retomada por meio da aquisição de sua planta pela empresa capixaba Laticínios Damare. A expectativa é que sejam gerados de 200 a 250 empregos diretos após a fábrica entrar 100% em funcionamento. “Ambas as empresas contam com incentivos do Governo do Estado, por meio do Programa Sergipano de Desenvolvimento Industrial (PSDI). Além do PSDI a equipe da Sedetec, da Codise, e de demais pastas do Governo sempre se mostram abertos ao diálogo com as empresas que têm interesse em investir em Sergipe”, frisa o secretário da Sedetec, José Augusto Carvalho.
Matéria divulgada em 29 de julho