Iniciativa é uma alternativa para a problemática das plantas macrófitas nos lagos das usinas hidrelétricas da bacia do São Francisco
Com o objetivo de detalhar para a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia (Sedetec) o Projeto Hub de Transição Energética, o Sergipe Parque Tecnológico (SergipeTec) apresentou a iniciativa nesta quarta-feira, 8, na sala de reuniões da Sedetec. O projeto objetiva a geração de hidrogênio verde (H2V) a partir do problema ambiental das plantas macrófitas nos lagos das usinas hidrelétricas da bacia hidrográfica do rio São Francisco. A empresa Biowatt Energia Verde também acompanhou a apresentação.
As macrófitas aquáticas são espécies vegetais que contribuem para estruturação e dinâmica da maioria dos ecossistemas aquáticos, habitando ambientes variados, dentre os de água doce e salobra, e apresentando grande capacidade de adaptação. Tais vegetações estão crescendo de forma exponencial nos lagos das usinas hidrelétricas do São Francisco, o que pode causar problemas nas turbinas das UHEs. Nesse sentido, o SergipeTec construiu um projeto que visa a solução dessa problemática.
“Fizemos questão de conhecer mais detalhadamente esse projeto, porque é uma ação que está sendo pensada para ser levada à Cop28 [Conferência das Nações Unidas sobre as Mudanças Climáticas de 2023], no final do mês, como um projeto prioritário do Governo do Estado”, explicou o secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, da Ciência e Tecnologia, Valmor Barbosa.
De acordo com o Gestor de Energia e Sustentabilidade do SergipeTec, Marcos Sobral, a questão das macrófitas no lagos das hidrelétricas é uma problemática que não nasce em Sergipe, mas que pode afetar o estado, quando, por exemplo, há uma abertura dos vertedouros das hidrelétricas. “O objetivo desse projeto é transformar essa questão em uma oportunidade para geração de pesquisas e negócios por meio do hidrogênio verde (H2V), mitigando os impactos das macrófitas nas usinas, enquanto se contribui para a produção de uma fonte de energia limpa e sustentável”, detalhou.
“Para isso, o projeto será dividido em três etapas que são Pesquisa e Desenvolvimento; Desenvolvimento de Startups Tecnológicas; e Restauração de Ecossistemas”, completou o presidente do SergipeTec, José Augusto Carvalho.
Parceria com a Biowatt
No momento, o SergipeTec busca parcerias para estruturar o projeto, que está orçado em R$ 73 milhões, e um dos atores que poderão contribuir é a Biowatt, empresa dedicada a geração de energia limpa, que projeta se implantar em Sergipe para gerar hidrogênio verde, a partir das macrófitas, e gás, por meio do biometano. “O projeto do SergipeTec converge com a Biowatt de forma que poderemos atuar nas pesquisas em conjunto, além de vermos o Parque como um potencial prestador de serviços futuros”, informou o CEO da Biowatt, Luciano dos Santos Júnior.
O secretário Valmor Barbosa frisou na reunião a importância desse trabalho em conjunto, mas reforçou também a necessidade da celeridade no projeto que está sendo delineado pela Biowatt para Sergipe. “Quando conhecemos o projeto da Biowatt, lembramos automaticamente do potencial do SergipeTec e estreitamos o diálogo entre eles, pois entendemos que seria muito positivo para o estado. Agora, estamos na expectativa de ver ambos os projetos em execução, inclusive, iremos assinar um Protocolo de Intenções com a empresa e fizemos questão de solicitar um cronograma do projeto à Biowatt, para que tenhamos uma noção dos próximos passos e no que será necessário atuação do Governo para que as polos de tratamento de resíduos e laboratórios saiam, o quanto antes, do papel”, finalizou.
