Representantes de organizações públicas e privadas de âmbito nacional ofereceram suas contribuições a fim de traçar o panorama do setor de petróleo e gás no Estado
Integrando agentes de diferentes segmentos da cadeia de óleo e gás no Brasil e com o foco no mercado em Sergipe, foi realizada na tarde da quarta-feira (20), a terceira edição do Circuito Brasil de Óleo e Gás. Em forma de webinar, o evento foi transmitido ao vivo pelo YouTube e promovido pela Organização Nacional da Indústria do Petróleo (ONIP) em parceria com a Associação Brasileira de Produtores Independentes de Petróleo e Gás Natural (ABPIP).
O evento contou com a participação de representantes de organizações públicas e privadas, que ofereceram suas contribuições a fim de traçar o panorama do setor de petróleo e gás no Estado. O debate obteve mais de 2.300 visualizações, sendo considerado pela ONIP como o maior evento online de petróleo e gás realizado pela instituição durante o período de isolamento social determinado pela pandemia do novo Coronavírus (Covid-19).
Abrindo os debates, o vice-presidente executivo da ONIP e secretário executivo do Fórum Sergipano de Petróleo e Gás, Márcio Félix, destacou o potencial de desenvolvimento de Sergipe no contexto nacional. “Sergipe é um Estado com oportunidades na terra e no mar, que tem o maior potencial marítimo já descoberto de óleo leve e gás, e todas as condições para ser um grande atrator de investimentos”, defendeu.
Já a diretora de Gás Natural do Ministério de Minas e Energia (MME), Symone Araújo, disse que Sergipe saiu na frente, trazendo um processo importante de aperfeiçoamento regulatório e se configurando como um cenário promissor. “Afinal, estamos falando da chegada de um potencial offshore na bacia Sergipe-Alagoas que pode alcançar até 17 milhões de metros cúbicos por dia. Associadamente, temos o terminal de GNL das Centrais Elétricas de Sergipe (Celse), que começou a operar no primeiro trimestre de 2020, isso aumenta a capacidade de suprimento e oferta de gás, deixando Sergipe em uma posição privilegiada”, salientou.
Cenário
O superintendente executivo da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e da Ciência e Tecnologia (Sedetec), Marcelo Menezes, representou o Governo do Estado e mencionou os principais objetivos de curto prazo que integram o planejamento geral para o setor. “Temos prevista a retomada da produção da Fábrica de Fertilizantes Nitrogenados (Fafen) sob condução da Proquigel, a implantação de um gasoduto interligando o terminal de GNL à malha de transporte da TAG e a implantação da operação de GNL em pequena escala através da Golar. Outras ações estão voltadas à atração de empresas consumidoras intensivas de gás, assim como o acompanhamento do processo de desinvestimento da Petrobras com expectativa de reativação por empresas privadas”, afirmou.
Ele também lembrou do lançamento do Fórum Sergipano de Petróleo e Gás, ocorrido em dezembro de 2019, e frisou que, através do Fórum, Sergipe está articulando a elaboração de um plano tributário para a área do gás, por entender que esta é uma questão importante para oferecer segurança aos investidores.
Ainda segundo Marcelo, Sergipe já reúne condições que possibilitam planejar uma participação relevante no cenário brasileiro e, em especial, no Nordeste. “Além do funcionamento do primeiro terminal de GNL do Brasil, da Celse, tivemos a confirmação das expectativas de produção através dos testes de longa duração no campo de FARFAN divulgadas pela Petrobras no último dia 15 de maio, através de conferência com investidores”, pontuou, salientando que o Estado vem buscando atrair investimentos, estando alinhado com as diretrizes do Novo Mercado de Gás, programa do Governo Federal.
Sobre os desafios para o setor, Marcelo Menezes apontou a necessidade de criar um forte mercado consumidor de gás e a implantação de um sistema de escoamento para viabilizar a exploração do potencial offshore. Informou também que, segundo o deputado federal Laércio Oliveira, relator da nova Lei do Gás na Câmara dos Deputados, a expectativa é que no mês de junho seja votada a proposta de urgência e que o projeto seja levado para votação em plenário.
“Por fim, quero acrescentar que foi endereçado à EPE a solicitação de estudos específicos de destinação do gás no Estado de Sergipe, o que pode nos ajudar a direcionar melhor este nosso trabalho. Lembramos também a necessidade de uma comercialização antecipada do gás por parte da Petrobras, sinalizando para o mercado a partir de que data e a que preço o produto estará disponível, para que não haja descompasso neste processo”, finalizou.
Mais contribuições
O processo de reativação da Fafen também foi destaque através da participação de Eduardo Barretto, consultor da Proquigel. “É um desejo nosso atender ao anseio da sociedade sergipana de ter de volta uma importante geradora de empregos, impostos, satisfação social e com um papel estratégico para o agronegócio brasileiro, como é a Fafen Sergipe”, apontou. O presidente da Celse, Pedro Litsek, por sua vez, elogiou a estrutura de Sergipe e suas possibilidades de crescimento. “Inclusive, estamos articulando a questão da licença ambiental para conseguir conectar a Celse ao gasoduto da TAG para, no futuro, poder entregar gás a novos consumidores”, relatou.
O webinar contou com a mediação da Diretora Geral da ONIP, Karine Fragoso. Participaram ainda como painelistas o Secretário Executivo da ABPIP, Anabal Santos Júnior, e a representante da Petróleo e Energias de Sergipe (PENSE/Petrogas), Ana Mendonça.